terça-feira, 20 de abril de 2010

Capítulo XIII - Atitude

Depois da refeição, nos dirigimos ao seu quarto. Andrew sentou-se na cadeira de sua escrivaninha e, como de costume, ligou seu computador. Eu, cansada, atirei-me em sua cama, também como era costume. Conversávamos sobre uma notícia que ele lera em um site quando ocorreu o silêncio. Fitou-me profundamente, suspirou - e uma grande reticência ficou no ar -, mexeu nos cabelos, ajustou a gola da camisa.

Levantou, dirigiu-se até a cama. E tomou uma atitude que em uma margem próxima a 100% dos casos somente a minha pessoa tinha competência: pediu, com todas as palavras, que eu cedesse um espaço a ele na cama. Meio desconsertada, dadas as proporções do evento, abri mão de um canto considerável no leito. Não havia problema algum naquele gesto - pelo contrário, era comum que assistíssemos filmes deitados, juntos. Tal atitude, transcorrido os momentos iniciais, deixou-me contente. Fiquei satisfeita em perceber que ele também se sentia no direito de estar tão próximo de mim.

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