terça-feira, 1 de dezembro de 2020

not afraid, not anymore

 minha cabeça tá a milhão e o meu coração, em frangalhos.


dia 14/11/2020 comunguei pela primeira vez. participei da cerimônia sagrada da ayahuasca e eu não posso descrever em palavras as coisas que vi, vivi e senti.


me sinto fortalecida, aberta, em sintonia, sabe-se lá com o que - mas é assim que eu me sinto.


hoje percebo como as decisões tomadas "de mim pra mim" são as decisões mais importantes e difíceis que eu poderia tomar e eu me sinto grata por estar, apesar de tudo, firme e forte nos meus propósitos.


dia 03/12/2020 será a minha prova para o mestrado acadêmico em educação. eu sinceramente não sei o que vai acontecer ou como vai ser. não sei se vai dar certo. mas o que é dar certo, não é mesmo? me sinto tranquila com essa decisão de tentar o mestrado. hoje me sinto madura e preparada pra isso. mesmo que não dê dessa vez, eventualmente vai dar certo. e se der certo, WOW! estarei alguns passinhos mais próxima do meu grande sonho de dar aula.


a jornada importa mais que o destino, afinal.


meu ser está completo de amor e afeto. me sinto amada pelos meus amores e isso me fortalece. meu amor, meu afeto, independe das pessoas. eu sou amor, eu sou luz, e também sou trevas e escuridão. tudo isso faz parte de mim e me enche de orgulho, porque é com esse amor, esse afeto, essas luz trevas e escuridão que eu cheguei onde cheguei. que fiz o melhor que pude com o que fizeram de mim. eu não sou o meu passado, eu não sou uma nota, eu não sou um conceito. eu sou um ser humano multifacetado, amável, amado, incompleto, errante e sempre em busca de melhorias. pra melhorar a vida própria e a vida alheia.


eu sou luz e eu sou escuridão.


e eu não tenho mais medo.


não mais.

sábado, 11 de julho de 2020

whose side are we on?

A depressão e a ansiedade costumam brigar pela atenção completa do meu cérebro há muitos anos. Não sei quem clama com e sem razão pelo trono, mas a batalha é dolorida porque se passa dentro de mim.

A ansiedade me deixa germofóbica, ou qualquer que seja o termo que te dá fobia de germes. Tudo é sujo. Eu encosto em tudo. Portanto, eu também sou suja. Cheia de poeira e sujeira: pele morta, ácaros, bactérias. E eu faço parte disso: sou uma coisa nojenta ambulante e faço parte de um todo sujo, porque eu também sou suja.

A depressão, por outro lado, me deixa hermética. Eu olho as coisas, eu as admiro, então tento tocar. Mas eu nunca encosto. É um esforço tremendo para tocar algo belo e quando toco, nada acontece. A minha composição impede o contato com qualquer superfície. Eu sou repelente. Eu expulso as coisas para longe de mim.

Multiplicados sejam os dias em que eu não estou tão anormal.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

depressão

é como se a sua sombra pudesse me engolir
me arrastar
me arrasar
levar pra fora
me abolir

é um feitiço
que eu desconheço
um vento forte
gélido
e morno
leve, pois ninguém vê
pesado, pois eu carrego
triste e indolente
secando a minha nascente

às vezes, anestesia
mais vezes, covardia
sem sal e amargo
me destrói sem embargo

engole meu eu
furta a minha cor
despedaça o meu coração
transforma tudo em breu
retira o meu valor
e embota a emoção

quem dera a vida fosse eletiva
já que a vida depressiva
é uma mazela
sem tinta e sem cor sobre a tela