quarta-feira, 18 de março de 2015

(Im)Possibilidade Jurídica

E daí que eu poderia me formar no fim desse ano, mas por alguma razão muito nobre e poética eu decidi me formar apenas em 2016-1.

Bom, meu pai acha que eu vou colar grau agora no fim de 2015, mas eu acho que essa decisão cabe mais a mim do que a ele, então vou comunicá-lo em algum momento a partir desse minuto. No fim das contas, a gente sempre sabe mais dos próprios problemas do que os outros. E qualquer tentativa de expressar o quanto algo te incomoda é invariavelmente infrutífera, porque as pessoas só se importam com aquilo que lhes convém.

É muito abstrato você tentar divisar o que é importante pras pessoas. A realidade é um conjunto sucessivo de fatos absolutamente sem sentido algum. Cada pessoa atribui valor ao que lhe acontece, e por isso dizemos que esse ou aquele evento nos marcou - seja uma amizade, uma viagem, um amor, um livro, um filme, um jogo, uma música, um conselho. Mas a grande verdade é que isso tudo é só uma grande bagunça, as coisas vão acontecendo sem nem nos darmos conta disso, e só o que vale mesmo é a importância que a gente dá a esses pequenos acontecimentos.

Nesse momento, eu estou atribuindo grande valor à condição de formada. Pra mim é big deal terminar minha faculdade porque isso, supostamente, significa cair de cara no "mundo real". E o mundo real me assusta, porque toda experiência que tive nele foi ruim ou muito ruim. Sempre que você se mete com gente grande você percebe que tudo não passa de um grande jogo de vaidades, que o esforço físico ou psicológico conta pouco ou nada, e que a perfumaria é mais importante do que a busca pelo conhecimento. E isso cansa, cansa e dói, porque você percebe que seu diploma não vai refletir absolutamente nada do que você é, e mesmo assim as pessoas te julgam enquanto ser humano a partir de um papel escrito "BACHAREL(A)".

O mundo é injusto.

O mundo é injusto e as pessoas costumam rir de você se você revela que, na verdade, só o que pretende é tentar deixá-lo menos injusto. Na verdade elas riem não por me achar uma tola; mas por saber que nunca vou alcançar isso, já que elas mesmas se encarregam de torná-lo menos justo.

Se você é muito descrente em relação à melhorar as coisas, cuidado: às vezes você é só parte do problema e ainda não se deu conta disso.

Eu vou encarar isso tudo. Um dia vou ter que crescer, sair do ninho, e eu vou fazer isso no meu próprio tempo. Não vou ceder às pressões, tampouco à chantagens. Enquanto isso, enquanto não é hora de alçar voo, buscarei o fortalecimento emocional necessário. Não pode ser tão ruim.

Take karma, make dharma ;)