terça-feira, 20 de abril de 2010

Capítulo XI - Número 402

- Vamos para onde mesmo? - Perguntei, travessa. Mais uma vez sorrimos e, semi-abraçados, giramos nos calcanhares e nos dirigimos ao seu apartamento, que não ficava muito longe dali.



O prédio era simples, com oito andares empilhados nos alicerces. O número 402 era onde Andrew morava com sua mãe e seu pai. Filho único de um casamento sincero, firme. Seu quarto tinha uma ótima vista de toda a cidade, e embora fosse espaçoso, não dava a impressão de estar vazio. Pelo contrário, era de longe o local mais aconchegante da casa. E era difícil delegar tal título a apenas um recinto, visto que todo o apartamento era uma grande delícia.

Subimos em silêncio as escadarias. Como sempre, evitamos o elevador do prédio, preferimos andar. O braço já havia escorregado de minhas costas, atualmente localizado em minha cintura. Era um ponto crítico meu, mas eu não deixava transparecer. A chave do 402 foi colocada na fechadura e abriu-se a porta. Dentro do apartamento, uma escuridão lancinante inundava todos os cômodos. Ligamos as luzes. Fomos invadidos de uma claridade branca que não tínhamos contato há mais de uma hora. Nossos olhos arderam um pouco, mas logo acostumaram-se.

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