quinta-feira, 29 de abril de 2010

Responder somente com trechos de musicas.

Querido Amaral! Primeiro de tudo, agradeço pela oportunidade de responder a essa questão. ^^ Eu dei uma olhada bem por cima dela no teu FormSpring, mas não tinha reparado que se tratava de responder às questões com trechos de música! :B

terça-feira, 20 de abril de 2010

Capítulo XIV - Sintonia

Como havia comentado, o quarto tinha bastante espaço. Das quatro paredes, uma de um tom escuro de azul, enquanto as outras três sustentavam a mesma brancura do teto. Alguns móveis guarneciam o ambiente: a escrivaninha marfim de Andrew, adornada com toda a sorte de livros e CDs e DVDs e miniaturas de personagens antigos; sua cama; um sofá de dois lugares, que permanecia eternamente cheia de seus pertences; dois puffs da mesma cor que a parede azul; uma guitarra preta, esquecida sem uso num dos cantos do recinto; um hack que sustentava uma televisão e, embaixo, um videogame; além de outras coisas que eu não dava muita importância.

Capítulo XIII - Atitude

Depois da refeição, nos dirigimos ao seu quarto. Andrew sentou-se na cadeira de sua escrivaninha e, como de costume, ligou seu computador. Eu, cansada, atirei-me em sua cama, também como era costume. Conversávamos sobre uma notícia que ele lera em um site quando ocorreu o silêncio. Fitou-me profundamente, suspirou - e uma grande reticência ficou no ar -, mexeu nos cabelos, ajustou a gola da camisa.

Capítulo XII - Ansiedade

- Mãe? Você está aí?
- Estamos sozinhos, mister?
- Pelo jeito, sim, mademoiselle.
- Está com fome?
- Estou, e você?
- Também. Vamos preparar alguma coisa ou pedir pelo telefone?
- Vamos ver... Minha mãe deixou pizza na geladeira e acho que temos chocolates, além de suco na geladeira... - Enquanto falava, foi verificando cada armário da cozinha. Eu, para variar, estava metida em tal busca.

Capítulo XI - Número 402

- Vamos para onde mesmo? - Perguntei, travessa. Mais uma vez sorrimos e, semi-abraçados, giramos nos calcanhares e nos dirigimos ao seu apartamento, que não ficava muito longe dali.

Capítulo X - Hesitação

As minhas divagações poderiam durar séculos, mas os nossos olhares cruzados tiveram pouco menos de trinta segundos para acabar. Andrew desviou, decidiu se importar com seu pé esquerdo. Isso me permitiu um sorriso, que ele não teve consciência de que existiu, e me fez retornar aos conceitos de homens incisivos... Gostei. Sacudi a cabeça e afugentei maiores reflexões.

Capítulo IX - Simples

E foi assim, nesta simplicidade, que nos tornamos "farinha do mesmo saco". Conversamos o dia todo, inclusive lembro de ter ligado para os meus pais, avisando que chegaria tarde. À época, ainda morava com minha família. Hoje, com meu suor, sustento um apartamento ligeiramente afastado do centro da cidade onde Andrew e eu costumamos colocar em prática nossa vida noturna.

Capítulo VIII - Princípio

Desde que nos conhecemos acredito que nos tornamos amigos. De certa forma, Andrew e eu sempre tivemos bons temperamentos; ele mais quieto, e eu mais enérgica. Ele mais relaxado, eu mais ansiosa. No começo até pensei que poderia ter alguma dificuldade com o fato de ele ser um ano mais novo que eu. Acho que não sei lidar muito bem com pessoas mais jovens. No fim das contas, percebi que isso não faria a menor diferença.

Capítulo VII - Elogio

Na verdade, esta história de sentir elogios é algo "muito meu" e ouso dizer que é "muito sério". Quando nossos olhares se cruzaram, pude pensar sobre isso com muita calma. Andrew encarou-me com tanta vivacidade e fome e ânsia e medo e vontade e ganas, consegui divisar bem o que era um elogio sentido e mudo. Estava ali, explícito - mas explícito para mim, e totalmente secreto para os poucos transeuntes do local -, já estava dito tudo aquilo que ele ainda não havia me falado.

Capítulo VI - Amendoados

Cheguei a meu destino e sentei na guarda do banco. Chamei Andrew para perto de mim. Sentou-se no lugar que tinha esse fim. Comentamos qualquer bobagem sobre o tempo. Meu amigo sustentava os braços nos joelhos, e as mãos amparavam a própria cabeça. Desci da guarda em silêncio, posicione-me à sua frente, de modo que nossos olhos se cruzaram.

Mergulhei naquele espelho, dei o passo a frente para o abismo.

domingo, 4 de abril de 2010

Capítulo V - Sutil

Voltando ao assunto, soltei o braço de Andrew e corri até o banco da praça. Obviamente ele não me acompanhou de imediato. Não porque fosse lento. Aliás, o seu raciocínio rápido e sucinto me fascinava. Mas não. Ele se permitiu ficar para trás para, enfim, me observar com toda vontade que tinha.

Sim, ele era assim. Um sacana, eu diria. Mas é, eu gostava que ele fosse desse jeito, tímido e reservado, que me "espiasse" sem escancarar. Além de odiar calor, sol e verão, eu também não gostava de homens com comportamento incisivo.

Capítulo IV - Ódio

Já falei de meus cabelos. Como na maioria das vezes, estava displicente, bagunçado. Sempre lisos, os fios negros nunca deixaram de rebeldia. Uma textura macia que eu consegui com certa dificuldade.

Até ali já havia falado de minha saia, mas agora que soltei do braço de Andrew e corri até o banco da praça, não posso deixar de lembrar o quanto os pilares de meu corpo chamam sua atenção. Por vezes o flagrei observando minhas pernas. Eu não o compreendo, pois pessoalmente não vejo graça alguma nelas. É claro que eu ri por dentro quando o vi deleitando seus olhos em minhas coxas. O engraçado é que sequer são modelos de beleza - bem, pelo menos não modelos dos padrões vigentes. Desde sempre tive a pele clara. Na verdade, branquela com todas as minhas forças. De começo, não tive escolha: ai de mim não fazer uso do bloqueador solar com maior fator disponível.

Capítulo III - Roxo

Em determinado momento, depois de algumas gargalhadas, fui me dar conta do que ele vestia para cobrir o tórax. Apesar de roxa, não era uma camiseta comum, mas uma camisa pólo, discretíssima. Minha cor predileta. Ele sabia disso, aliás.

Certa vez eu havia comentando que tal cor era representante dos loucos, doidos, insanos. Andrew perguntou-me o porquê. Na época não revelei. Não fiz questão. Talvez o achasse um pouco jovem para dar a resposta (ora, não seja por isso, eu também o era...). Desconversei. Talvez fosse hoje o dia em que ele iria descobrir. Ou não.

Capítulo II - Confiança

Curioso. Era curioso, embora fizesse de tudo para não admitir. E sempre teve muitas curiosidades relacionadas a minha pessoa. Eu bem sabia que ele as tinha, mas não fazia questão alguma de saciá-las.

Au contraire. Um de meus prazeres era fazê-lo um tipo de escravo de suas especulações. Deixá-lo instigado, deixá-lo aflito. Mas ele não demonstrava, o que quer que fosse.

De fato, passou-se muito tempo até que ele finalmente criasse coragem ou, quem sabe, eu conquistasse a sua confiança, para que ele enfim começasse a me contar suas particularidades.

Capítulo I - Curioso

Saiu Andrew enganchado em meu braço, vínhamos pela escura cidade passeando, os dois bons e velhos amigos. Ele vinha me contando seus segredos e, a bem da verdade, suas confidências amorosas...

Meus cabelos soltos, cobrindo um pouco da face. Saltos altos, ele até ria de mim, embora eu via em seus olhos que, mesmo interiormente, ele tinha de admitir que meus passos tinham certa leveza; havia uma delicadeza em minha postura, algo nas pernas sustentadas por aquelas "agulhas" era gracioso, atrativo, o deixava curioso.