terça-feira, 20 de abril de 2010

Capítulo VII - Elogio

Na verdade, esta história de sentir elogios é algo "muito meu" e ouso dizer que é "muito sério". Quando nossos olhares se cruzaram, pude pensar sobre isso com muita calma. Andrew encarou-me com tanta vivacidade e fome e ânsia e medo e vontade e ganas, consegui divisar bem o que era um elogio sentido e mudo. Estava ali, explícito - mas explícito para mim, e totalmente secreto para os poucos transeuntes do local -, já estava dito tudo aquilo que ele ainda não havia me falado.

Andrew nunca me deu grandes elogios. E nem tenho recordação dos pequenos. Acho por certo medo. E eu diria medo de mim. Receio de mim. Sempre tive uma acidez psicológica além do que poderíamos dizer de "normal", que ultrapassava o que chamaríamos de "aceitável". Talvez por esses fatores que ele tivesse a necessidade de manter certa distância de meus "encantos".

Ora, sempre uma grande barreira delimitando nossos universos.

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