Capítulo XII - Ansiedade

- Mãe? Você está aí?
- Estamos sozinhos, mister?
- Pelo jeito, sim, mademoiselle.
- Está com fome?
- Estou, e você?
- Também. Vamos preparar alguma coisa ou pedir pelo telefone?
- Vamos ver... Minha mãe deixou pizza na geladeira e acho que temos chocolates, além de suco na geladeira... - Enquanto falava, foi verificando cada armário da cozinha. Eu, para variar, estava metida em tal busca.

Encontramos tudo, em cada lugar específico. Ele bem que tentou preparar nosso "banquete", mas como visitante de última hora, fui categórica em decidir preparar tudo sozinha, contando com pouco de sua insistente ajuda.

A mãe de Andrew sempre nutriu uma afeição por mim, por conta de minha personalidade enérgica. Sempre a ajudava na cozinha quando era convidada para o jantar, ou em qualquer outra ocasião. Nunca fui de timidez, embora sempre tenha sido uma moça recatada. Simplicidade era o que me definia.

Cá comigo eu percebia que ele tinha um certo gosto dissimulado em me acompanhar. Só assim ele podia observar-me de longe, conforme bem lhe conviesse. Era, não sei dizer bem, mas era uma espécie de prazer, de satisfação, me ver fazendo uso dos apetrechos que pertenciam a ele. Eu também não deixava barato: uma dedicação a nós dois fazia com que meus movimentos fossem precisos e graciosos. Não sei quem estava mais ansioso pela noite.