sábado, 11 de setembro de 2010

There's (no) explanation

E eu só queria sair, correr, perder o fôlego, sentir, sentir os músculos estirarem de dor, o corpo que pede descanso, que anseia pela súbita parada, o momento, o momento de te ver, te ver por cima dos óculos, te ver, te ver por debaixo dos óculos, te ver, te ver através das lentes, as lentes corretoras do excesso na curvatura da córnea ou mesmo no alongamento do globo ocular, não, não sei dizer, não posso afirmar, mas apenas te ver, e por fim te tocar, te sentir, sentir, o momento que mais anseio, que mais sinto falta; miséria, é a miséria que sinto estando tão distante, mas de qualquer das formas não consigo me sentir só, és como uma luz, fluorescente, incandescente, talvez não haja boas e suficientes palavras que possam explicar o acontecimento, que possam sequer tentar esclarecer o quanto estou acompanhada em meio à tanta solidão; és a (in)segurança, és a fraqueza, és a dor, és a força, és o alívio, és o que dói e o que causa conforto, és o que quero, preciso, anseio, necessito, és felicidade, és tristeza. Talvez essa tenha sido a tentativa mais falha de todas de explicar o que o ser humano descobriu de maravilhoso e insensato e curioso dentro de si e chamou de amor; mas, esta é questão: o amor, a luz incandescente - ou fluorescente? - do amor, não se pode ver, nem tocar, nem comprar, nem vender, negociar, alienar, emprestar, ensinar, aprender. Dentro de todas as possibilidades de transações mais fascinantes e, por assim dizer, "interditadas" que acabam de ser citadas, ainda assim podemos - perfeitamente - sentir o amor.

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