sábado, 3 de outubro de 2009

O nerd de ontem...

Outro dia, um "novo" amigo meu que, não por acaso, também pode ser considerado dentro dos padrões estereotípicos conhecido popularmente como "nerd", estávamos conversando em sala de aula. Acho que podemos mantê-lo longe das apresentações, o meu amigo. Mas caso vocês queiram ter uma noção um pouco menos ampla sobre ele, pois bem: sabem o seriado The Big Bang Theory? É, ele é muito parecido com o Sheldon. Eu não tiraria uma vírgula, pessoalmente. Mas, voltando ao que estávamos conversando na sala de aula, aconteceu o seguinte. Nós vivenciamos uma situação peculiar, que eu não pude deixar de notar e fazer com que ele notasse também. Sabe quando somos crianças, e quando eu falo "somos", eu me refiro aos nerds, cdf's e todo o tipo de gente que quer aprender alguma coisa pra ser um alguém na vida, aí vem um grupo gigante de retardados e começa a rir das suas perguntas? Por mais pertinentes que elas sejam? Por mais úteis que elas venham a se tornar em toda a sua jornada do aprendizado? É. E esses caras não mudaram até hoje, como era de se esperar e de como é fácil identificá-los muito bem, mesmo nos dias presentes.

O que aconteceu foi que eu e este meu amigo "nerd" estamos passados de ano já. Pense comigo. Na minha escola, você tem 100 pontos para conseguir 60. O ano letivo é dividido em três trimestres. O primeiro trimestre vale 20, com média de 12 pontos. O segundo, vale trinta, com média de 18 pontos. O terceiro vale 50, com média de 30 pontos. Ou seja, se o sujeitinho tirar a média em todos os três trimestres, ele acumula 60 pontos. Mas, no meu caso, a nota mínima que eu somei no primeiro e no segundo juntos, foi 47. Ou seja. A nota mínima para não ficar com o boletim em "vermelho" é 30. E eu não preciso nem da metade de 30 pra passar definitivamente de ano. Quer dizer, desses 50 pontos totais, 5 é de aspectos formativos: compromissos cumpridos, respeito com os demais, participação na aula, presença etc. OU SEJA. Estou passada de qualquer forma.

E, o mais engraçado de tudo, é que um desses caras idiotas que riam de nós nerds há uns anos atrás, estava em desespero tentando aprender uma matéria ridiculamente fácil. Ele não entendia o significado de coisas bobas, que havíamos já matado a charada ainda no primeiro trimestre. É óbvio que, em Física (a matéria que estávamos em aula no momento em que este episódio ocorreu), ele tinha poucos pontos, eram suficientes mais de 30. Se ele não atingiu no mínimo dos mínimos, a média no primeiro e segundo trimestres, quem garante que ele vá entender a matéria agora?

E fica a mensagem: riam. Riam dos nerds. Mas nunca lhes dêem a oportunidade de se vingarem. Nerds têm uma capacidade acima da média, e visto que isso não é nenhum elogio - afinal, a "média" nem a média atinge. (E, se vos interessa, nós rimos um monte pelas costas do cara, por pura trairagem.)

E agora um bônus:

Nerd não cheira, estimula os bulbos olfativos.
Nerd não toca, recebe estímulos tácteis.
Nerd não respira, quebra carboidratos.
Nerd não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.
Nerd não admira a natureza, analisa o ecossistema.
Nerd não elogia, descreve processos.
Nerd não tem reflexos, tem mensagens neurotransmitidas involuntariamente.
Nerd não facilita discussões, catalisa substratos.
Nerd não transa, copula.
Nerd não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.
Nerd não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Nerd não pensa, faz sinapses.
Nerd não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
Nerd não chora, produz secreções lacrimais.
Nerd não espera retorno de chamadas, espera feedbacks.
Nerd não se apaixona, sofre reações químicas.
Nerd não perde energia, gasta ATP.
Nerd não divide, faz meiose.
Nerd não falece, tem morte histológica.
Nerd não beija, permuta microorganismos


Até mais!

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