Às vezes dá preguiça de viver. Às vezes, de respirar. De comer, de andar, de estudar, de ler. De ler não muito, confesso. Às vezes não quero ler o que tenho de ler, mas quero outra coisa que não tem nada a ver.
Isso me faz pensar que o ser humano é, de fato, e de forma inerente, muito insatisfeito. Temos vontades que não exatamente podemos suprir pelo simples motivo de que, determinadas vezes, nem sabemos do que se trata realmente. É algo que me deixa meio entediada, de qualquer jeito, saber que somos efêmeros, relativamente findáveis e, por sua vez, chatos incorrigíveis.
Me sinto um pouco perdida no mundo, detesto ter certas coisas muito firmes em seu lugarzinho. Isso me faz sentir pessoinha, pequenininha, miudinha, um bocadinho de ser humano, detesto ser este pouquinho. Detesto o pouquinho quando se trata da alma humana. Temos todos os tipos de limitações (por idade, por físico, por tabus a nós impostos a todo instante), mas a nossa mente é livre e infinita, diferentemente do nosso corpo que, por exemplo, não pode voar nem ficar invisível. Que pena.
Adoraria poder voar. E ficar invisível. Seria muito legal. Bom... Talvez os dois ao mesmo tempo. Mas invisível, sempre.
De qualquer forma, gosto das mudanças. Claro, algumas coisinhas você precisa de ter certo nos lugares. Mas, por favor, não me venha com "conduta de bem". Não, não. O mal às vezes é necessário, é bom ser ruim às vezes, às vezes precisamos ser maus, dizer "não", negar o preconceito, negar a inveja, negar a traição, negar a preguiça, negar o comodismo, negar as injustiças e lutar contra elas.
Às vezes acho que sou meio irrelevante.